O Sistema Binário na Arquitetura
Nesse exato momento, enquanto você está lendo isso, o processador de qualquer dispositivo que você esteja usando está decodificando um código complexo formado por Zeros e Uns. Já na matemática, entre esses números existem uma infinidade de outros. Tem o 0,1 e o 0,12. O 0,123 e assim sucessivamente.
Criamos a ideia de que entre ser o 1 (uma pessoa boa, bem sucedida, estável financeiramente e com uma carreira promissora) e 0 (fraco, ruim, sem sucesso, frustrado) existe apenas um abismo. Justamente por termos medo de flutuar entre essa infinidade de possibilidades existentes no meio termo. Hoje em dia, a ideia de um sistema binário de gênero vem caindo por terra gradativamente. Mas será que algum dia a ideia de uma arquitetura não binária também florescerá? Hoje, insistimos em classificar produtos arquitetônicos como funcionais ou disfuncionais. Feios ou bonitos. Icônicos ou figurantes na paisagem. Assim como o código binário, a cidade (que pode ser lida como o mais fiel espelho da sociedade) também é um produto da intersecção desses Zeros e Uns. De formas altamente planejadas a ruelas sem nenhum tipo de esboço. E temos de aprender a lidar com isso. Até o melhor dos projetos do mundo é construído com viagens entre brainstorms e momentos de ócio criativo.
Da mesma forma que o sistema binário é estruturado, a cidade também nasce desses algarismos. Não atribuindo-lhes a característica de indivíduos, muito pelo contrário: cada homem tem seus zeros e uns, e estes - juntos- acabam sendo os códigos que formam a imensa malha social na qual vivemos. Isso nos mostra que não precisamos aspirar ser o número 1 100% das vezes. Tudo bem se falharmos. Tudo bem se não imaginarmos algo que todos irão aclamar. A menos que sejamos controlados por um ser maior através de uma Matrix, pensamos bem mais que zeros e uns. Dentro de nossas mentes, somos tudo o que há no meio.
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